Questão:
quais as causas e consequencias da guerra do paraguai?
Jessey
2007-05-02 11:44:59 UTC
se alguem souber, please, me ajude....minha professora passou uma prova sobre esse assunto pra amanha, e eu faltei a revisao tava doente...num to sabendo d nadinha... valeu!
Trzy respostas:
anonymous
2007-05-02 11:50:26 UTC
A Guerra do Paraguai foi o maior e mais sangrento conflito armado internacional ocorrido no continente americano. Estendeu-se de dezembro de 1864 a março de 1870 e é também chamada Guerra da Tríplice Aliança.



O conflito iniciou-se quando, temeroso de que a instabilidade política no Uruguai fosse prejudicar a estabilidade no recém-pacificado Rio Grande do Sul, o governo de Dom Pedro II, após um ultimato, resolveu interferir na política interna uruguaia.



O Paraguai, que antes da guerra atravessava uma fase marcada por grandes investimentos econômicos em áreas específicas, encontrava-se, então, sob o comando de um líder considerado pouco cauteloso e inexperiente, Francisco Solano López, que reagiu à interferência brasileira no Uruguai declarando guerra ao Brasil.



Brasil, Argentina e Uruguai, aliados, derrotaram o Paraguai após cinco anos de lutas durante os quais o Brasil enviou mais de 160 mil homens à guerra. Algo em torno 50 mil não voltaram — alguns autores asseveram que as mortes no caso do Brasil podem ter alcançado 60 mil se forem incluídos civis, principalmente nas então províncias do Rio Grande do Sul e de Mato Grosso. Argentina e Uruguai sofreram perdas proporcionalmente pesadas — mais de 50% de suas tropas faleceram durante a guerra — apesar de, em números absolutos, serem menos significativas. Já as perdas humanas sofridas pelo Paraguai, são calculadas em 300 mil pessoas, entre civis e militares, mortos em decorrência dos combates, das epidemias que se alastraram durante a guerra e da fome.



A derrota marcou uma reviravolta decisiva na história do Paraguai, um dos menos desenvolvidos países da América do Sul.



Índice [esconder]

1 Precedentes

2 A guerra

2.1 A situação paraguaia

2.2 Brasil: a honra de Dom Pedro II

2.3 A ofensiva paraguaia

2.4 A primeira reação brasileira

2.5 O Tratado da Tríplice Aliança

2.6 A Batalha do Riachuelo

2.7 Rendição de Uruguaiana e o recuo das tropas paraguaias

2.8 A invasão do Paraguai

2.9 O comando de Caxias

2.10 Tomada de Humaitá

2.11 Dezembrada

2.12 Fim da guerra: o comando do Conde d'Eu

3 Mortalidade

4 Pós-guerra

5 Conclusões

6 Ver também

7 Filmes

8 Literatura

9 Ligações externas







[editar] Precedentes

O término da Revolução Farroupilha, causada por erros de políticos à frente do período regencial, foi um dos acontecimentos que marcaram o início da maturidade política do Imperador Dom Pedro II. A situação na então província do Rio Grande do Sul, no entanto, permanecia instável, uma vez que o fim da revolução havia se dado por negociação política e não por uma derrota armada infligida pelo Governo Imperial aos revoltosos. Ainda na década de 1850 o governo de Dom Pedro II temia, assim, que qualquer acontecimento menor pudesse novamente inflamar os ânimos no Rio Grande do Sul.



Simultaneamente, no Uruguai, era grande a instabilidade política e a disputa entre os blancos, do partido do então presidente Atanásio da Cruz Aguirre, e colorados, partido de Venâncio Flores. Eram também muito numerosas as famílias de origens brasileiras naquele país, habitantes sobretudo da região norte do mesmo, ou seja, próximo à fronteira sul-riograndense do Brasil. Com o aumento dos conflitos no Uruguai, tornaram-se comuns, assim, perseguições e saques que atravessavam a fronteira ao território brasileiro.



De forma a impedir que a instabilidade contaminasse o Rio Grande do Sul e criasse uma outra Revolução Farroupilha, o Governo Imperial, por conseguinte, fez um ultimato ao presidente Aguirre para que ele consertasse a situação. O ultimato não foi aceito por Atanásio da Cruz Aguirre, no entanto, no que Dom Pedro II, a pedido de Venâncio Flores, resolveu que era hora de o Exército Brasileiro estabilizar aquele país antes de que a violência na região se tornasse ainda mais grave. Em pouco mais de nove meses, a operação das tropas imperiais brasileiras conseguiu pacificar o Uruguai e depôr Atanásio da Cruz Aguirre, em episódio que levou o nome de Guerra contra Aguirre.





[editar] A guerra

Guerra do Paraguai



A sangrenta batalha de Tuyuti, onde possivelmente 10 mil pessoas morreram.

Data: 1864-1870

Local: América do Sul

Desfecho: Derrota absoluta paraguaia



Intervenientes

Paraguai Brasil

Argentina

Uruguai

Principais líderes

Francisco Solano López Duque de Caxias

Bartolomé Mitre

Venancio Flores

Forças

no começo da guerra em torno de 50.000 no começo da guerra em torno de 26.000

Vítimas

cerca de 300.000 soldados e civis 90.000 a 100.000 soldados e civis

Em represália à intervenção no Uruguai, no dia 11 de Novembro de 1864, Franscisco Solano López ordenou que fosse apreendido o navio brasileiro Marquês de Olinda. No dia seguinte, o navio a vapor paraguaio Tacuari apresou o navio brasileiro, que subia o rio Paraguai rumo à então Província de Mato Grosso, levando a bordo o coronel Frederico Carneiro de Campos, recém-nomeado presidente daquela província, que foi feito prisioneiro.



Sem perda de tempo, as relações com o Brasil foram rompidas e já no mês de dezembro o sul de Mato Grosso, atual Mato Grosso do Sul, foi invadido, antes mesmo de qualquer declaração formal de guerra ao Brasil, que só foi feita no dia 13 de Dezembro. Três meses mais tarde, em 18 de Março de 1865, López declarou guerra à Argentina, que exigia neutralidade no conflito e não permitira que os exércitos do mesmo atravessassem seu território para combater no Uruguai e invadir o sul do Brasil. Quando as notícias dos acontecimentos começavam a chegar a Dom Pedro II e seu ministério no Rio de Janeiro, capital do Império, em março de 1865 as tropas de Solano López penetraram em Corrientes (Argentina), visando o Rio Grande do Sul e o Uruguai, onde esperavam encontrar apoio dos blancos. O Uruguai, já então governado por Venâncio Flores, instalado pelo Governo Imperial brasileiro, solidarizou-se com o Brasil e a Argentina.





[editar] A situação paraguaia

O Paraguai no século XIX era um país que destoava do conjunto latino-americano por ter alcançado um certo progresso econômico autônomo, a partir da independência em 1811. Durante os longos governos de José Gaspar Rodríguez de Francia (1811-1840) e Carlos Antonio López (1840-1862), erradicara-se o analfabetismo no país e haviam surgido fábricas — inclusive de armas e pólvora —, indústrias siderúrgicas, estradas de ferro e um eficiente sistema de telégrafo. As "estâncias da pátria" (unidades econômicas formadas por terras e instrumentos de trabalho distribuídos pelo Estado aos camponeses, desde o governo Francía) abasteciam o consumo nacional de produtos agrícolas e garantiam à população emprego e invejável padrão alimentar.



Nesse quadro de relativo sucesso socioeconômico e de autonomia internacional, Solano López, cujo governo iniciou-se em 1862, enfatizou a política militar-expansionista, a fim de ampliar o território paraguaio. Pretendia criar o "Paraguai Maior", anexando, para isso, regiões da Argentina, do Uruguai e do Brasil (como Rio Grande do Sul e Mato Grosso). Obteria, dessa forma, acesso ao Atlântico, tido como imprescindível para a continuação do progresso econômico do país.



Dessa forma, usando como pretexto a intervenção brasileira no Uruguai e contando com um exército bem mais numeroso que o do oponente brasileiro, Solano López tomou a ofensiva ao romper relações diplomáticas com o Brasil, em 1864. Logo depois, como medida complementar, ordenou o aprisionamento do navio brasileiro Marquês de Olinda, no rio Paraguai, retendo, entre seus passageiros e tripulantes, o presidente da província do Mato Grosso, Carneiro de Campos. A resposta brasileira foi a imediata declaração de guerra ao Paraguai, não antes deste ter invadido o sul de Mato Grosso — acontecimento então desconhecido pelo Governo Imperial devido às dificuldades em comunicação a longa distância na época.





[editar] Brasil: a honra de Dom Pedro II



O imperador Dom Pedro II por volta da época da Guerra do Paraguai.Muitas são as correntes historiográficas que, repelidas pela quantidade de mortes na Guerra do Paraguai e pelos gigantescos reflexos negativos naquele país causados pelo conflito, adotam uma posição revisionista e extremamente crítica do Brasil na disputa. Segundo esta visão, o Brasil teria sido pouco mais que um fantoche do império britânico. A expansão econômica paraguaia prejudicaria os interesses ingleses na região, na medida em que reduziria o mercado consumidor paraguaio para os produtos que exportava. Haveria, ainda, a ameaça de que o Paraguai eventualmente se transformasse em exportador de manufaturados ou que seu modelo de desenvolvimento autônomo e independente pudesse servir de exemplo para outros países da região. Dessa forma, a Inglaterra teria sólidos interesses que justificassem estimular e financiar uma guerra contra o Paraguai.





Teatro de Guerra da Triplice Aliança.Análises mais imparciais e contemporâneas dos eventos, no entanto, comprovam que o quadro era outro. A iniciar pelo momento histórico em que os conflitos rapidamente se transformaram em guerra, em 1865, é inconcebível que o Brasil tenha estado sob influência do Reino Unido por um simples motivo: o país não possuía relações diplomáticas com os britânicos desde 1863, por iniciativa do próprio Dom Pedro II, devido à Questão Christie. De fato, o cônsul britânico havia sido até “convidado” a deixar o Brasil então. Segundo a interpretação de historiadores, por trás da guerra encontra-se somente a figura decidida e inabalável do governante brasileiro, Dom Pedro II.



Assim, a Guerra do Paraguai teria chegado a suas últimas conseqüências por um outro motivo: o fato de que Solano López havia manchado a honra pessoal de Dom Pedro II ao invadir o Brasil, país que o Imperador equiparava a sua própria pessoa. Embora muito criticado devido à duração do conflito e seu custo, Dom Pedro II, homem de natureza reputadamente pacífica, a partir do momento em que notícias das ofensas paraguaias começaram a chegar na Corte, simplesmente concentrou todas as suas forças em esforços para que a guerra não terminasse senão com a honra do Brasil, e a sua, sendo reparada. E não se deu por satisfeito até que Solano López fosse capturado.





[editar] A ofensiva paraguaia



Soldado criança argentino.

Solano Lópes.Durante a primeira fase da guerra (1864-1866) a iniciativa esteve com os paraguaios. Os exércitos de López definiram as três frentes de batalha iniciais invadindo Mato Grosso, em dezembro de 1864, e, nos primeiros meses de 1865, o Rio Grande do Sul e a província argentina de Corrientes. Atacando, quase ao mesmo tempo, no norte (Mato Grosso) e no sul (Rio Grande e Corrientes), os paraguaios estabeleceram dois teatros de operações.



A invasão de Mato Grosso foi feita ao mesmo tempo por dois corpos de tropas paraguaias. A província achava-se quase desguarnecida militarmente, e a superioridade numérica dos invasores permitiu-lhes realizar uma campanha rápida e bem-sucedida.



Um destacamento de cinco mil homens, transportados em dez navios e comandados pelo coronel Vicente Barros, subiu o rio Paraguai e atacou o forte de Nova Coimbra. A guarnição de 155 homens resistiu durante três dias, sob o comando do tenente-coronel Hermenegildo de Albuquerque Porto Carrero, depois barão do Forte de Coimbra. Quando as munições se esgotaram, os defensores abandonaram a fortaleza e se retiraram, rio acima, a bordo da canhoneira Anhambaí, em direção a Corumbá. Depois de ocupar o forte já vazio, os paraguaios avançaram rumo ao norte, tomando, em janeiro de 1865, as cidades de Albuquerque e de Corumbá.



A segunda coluna paraguaia, comandada pelo coronel Francisco Isidoro Resquin e integrada por quatro mil homens, penetrou, por terra, em uma região mais ao sul de Mato Grosso, e logo enviou um destacamento para atacar a colônia militar fronteiriça de Dourados. O cerco, dirigido pelo major Martín Urbieta; encontrou brava resistência por parte do tenente Antônio João Ribeiro, atual patrono do Quadro Auxiliar de Oficiais, e de seus 16 companheiros, que morreram sem se render (29 de dezembro de 1864). Os invasores prosseguiram até Nioaque e Miranda, derrotando as tropas do coronel José Dias da Silva. Enviaram em seguida um destacamento até Coxim, tomada em abril de 1865.



As forças paraguaias, apesar das vitórias obtidas, não continuaram sua marcha até Cuiabá, a capital da província, onde o ataque inclusive era esperado — João Manuel Leverger havia fortificado o acampamento de Melgaço para proteger Cuiabá. O principal objetivo da invasão de Mato Grosso foi distrair a atenção do governo brasileiro para o norte do Paraguai, quando a decisão da guerra se daria no sul (região mais próxima do estuário do Prata). É o que se chama de uma manobra diversionista, destinada a iludir o inimigo.



A invasão de Corrientes e do Rio Grande do Sul foi a segunda etapa da ofensiva paraguaia. Para levar apoio aos blancos, no Uruguai, as forças paraguaias tinham que atravessar território argentino. Em março de 1865, López pediu ao governo argentino autorização para que o exército comandado pelo general Venceslau Robles, com cerca de 25 mil homens, atravessasse a província de Corrientes. O presidente Bartolomeu Mitre, aliado do Brasil na intervenção no Uruguai, negou-lhe a permissão. No dia 18 de março de 1865, o Paraguai declarou, por isso, guerra à Argentina.



Uma esquadra paraguaia, descendo o rio Paraná, aprisionou navios argentinos no porto de Corrientes. Em seguida, as tropas do general Robles tomaram a cidade. Ao invadir Corrientes, López pensava obter o apoio do poderoso caudilho argentino Justo José Urquiza, governador das províncias de Corrientes e Entre Ríos, chefe federalista hostil a Mitre e ao governo de Buenos Aires. No entanto, a atitude ambígua assumida por Urquiza manteve estacionadas as tropas paraguaias, que avançaram posteriormente cerca de 200 km em direção ao sul, mas terminaram por perder a ofensiva.



Em ação conjugada com as forças de Robles, uma tropa de dez mil homens sob as ordens do tenente-coronel Antônio de la Cruz Estigarriba cruzou a fronteira argentina ao sul de Encarnación, em maio de 1865, dirigindo-se para o Rio Grande do Sul. Atravessou-o no rio Uruguai na altura da vila de São Borja e a tomou em 12 de junho. Uruguaiana, mais ao sul, foi tomada em 5 de agosto sem apresentar qualquer resistência significativa ao avanço paraguaio.





[editar] A primeira reação brasileira

Ver artigo principal: A retirada da Laguna.



O exército brasileiro no campo de Guiuzú em 20 de setembro de 1866, por Cándido López.A primeira reação brasileira foi enviar uma expedição para combater os invasores em Mato Grosso. A coluna de 2.780 homens comandados pelo coronel Manuel Pedro Drago saiu de Uberaba, em Minas Gerais, em abril de 1865, e só chegou a Coxim em dezembro do mesmo ano, após uma difícil marcha de mais de dois mil quilômetros através de quatro províncias do Império. Mas encontrou Coxim já abandonada pelo inimigo. O mesmo aconteceu em Miranda, onde chegou em setembro de 1866. Em janeiro de 1867, o coronel Carlos de Morais Camisão assumiu o comando da coluna, reduzida a 1.680 homens, e decidiu invadir o território paraguaio, onde penetrou até Laguna, em abril. Perseguida pela cavalaria inimiga, a coluna foi obrigada a recuar, ação que ficou conhecida como a retirada da Laguna.



Apesar dos esforços da coluna do coronel Camisão e da resistência organizada pelo presidente da província, que conseguiu libertar Corumbá em junho de 1867, a região invadida permaneceu sob o controle dos paraguaios. Só em abril de 1868 é que os invasores se retiraram, transferindo as tropas para o principal teatro de operações, no sul do Paraguai.





[editar] O Tratado da Tríplice Aliança



Soldados do Corpo de Voluntários da Pátria. Os Voluntários da Pátria eram organizados em batalhôes que incluiam maciçamente negros alforriados e negros escravos.No dia 1°. de maio de 1865, o Brasil, a Argentina e o Uruguai assinaram, em Buenos Aires, o Tratado da Tríplice Aliança, contra o Paraguai.



As forças militares da Tríplice Aliança eram, no início da guerra, francamente inferiores às do Paraguai, que contava com mais de 60 mil homens bem treinados e uma esquadra de 23 vapores e cinco navios apropriados à navegação fluvial. Sua artilharia possuía cerca de 400 canhões.



As tropas reunidas do Brasil, da Argentina e do Uruguai, prontas a entrar em ação, não chegavam a 1/3 das paraguaias. A Argentina dispunha de aproximadamente 8 mil soldados e de uma esquadra de quatro vapores e uma goleta. O Uruguai entrou na guerra com menos de três mil homens e nenhuma unidade naval. Dos 18 mil soldados com que o Brasil podia contar, apenas 8 mil já se encontravam nas guarnições do sul. A vantagem dos brasileiros estava em sua marinha de guerra: 42 navios com 239 bocas de fogo e cerca de quatro mil homens bem treinados na tripulação. E grande parte da esquadra já se encontrava na bacia do Prata, onde havia atuado, sob o comando do Marquês de Tamandaré, na intervenção contra Aguirre.



Na verdade, o Brasil achava-se despreparado para entrar em uma guerra. Apesar de sua imensidão territorial e densidade populacional, o Brasil tinha um exército mal-organizado e muito pequeno. E, na verdade, tal situação era reflexo da organização escravista da sociedade, que, marginalizando a população livre não proprietária, dificultava a formação de um exército com senso de responsabilidade, disciplina e patriotismo. Além disso, o serviço militar era visto como um castigo sempre a ser evitado e o recrutamento era arbitrário e violento. As tropas utilizadas até então nas intervenções feitas no Prata eram constituídas basicamente pelos contingentes armados de chefes políticos gaúchos e por alguns efetivos da Guarda Nacional. Um reforço era, portanto, necessário. A infantaria brasileira que lutou na Guerra do Paraguai não era formada de soldados profissionais, mas pelos chamados Voluntários da Pátria, cidadãos que se apresentavam para lutar. Muitos eram escravos enviados por fazendeiros e negros alforriados. A cavalaria era formada pela Guarda Nacional do Rio Grande do Sul.



Segundo o Tratado da Tríplice Aliança, o comando supremo das tropas aliadas caberia a Bartolomeu Mitre, presidente da Argentina. E foi assim na primeira fase da guerra.





[editar] A Batalha do Riachuelo

Ver artigo principal: Batalha Naval do Riachuelo.

Foi no setor naval que o Brasil, mais bem preparado, infligiu, logo no primeiro ano de guerra, uma pesada derrota aos paraguaios na batalha do Riachuelo.



Na bacia do rio da Prata as comunicações eram feitas pelos rios; quase não havia estradas. Quem controlasse os rios ganharia a guerra. Todas as fortalezas paraguaias tinham sido construídas nas margens do baixo curso (parte do rio perto de sua foz) do rio Paraguai.





Combate Naval de Riachuelo, de Victor Meirelles.Em 11 de junho de 1865, no rio Paraná, travou-se a Batalha Naval do Riachuelo, na qual a esquadra comandada pelo chefe-de-divisão Francisco Manuel Barroso da Silva derrotou a esquadra paraguaia, comandada por Pedro Inacio Meza, cortando as comunicações com o tenente-coronel paraguaio Antonio de la Cruz Estigarribia, que estava atacando o Rio Grande do Sul. A vitória do Riachuelo teve notável influência nos rumos da guerra: impediu a invasão da província argentina de Entre Ríos, destruiu o poderio naval paraguaio (tornando-se impossível a permanência dos paraguaios em território argentino) e cortou a marcha, até então triunfante, de López. Ela praticamente decidiu a guerra em favor da Tríplice Aliança, que passou a controlar, a partir de então, os rios da bacia platina até a entrada do Paraguai. Desse momento até a derrota final, o Paraguai teve de recorrer à guerra defensiva.



Quase ao mesmo tempo, as tropas imperiais repeliam o Exército paraguaio que invadira o Rio Grande do Sul. Os paraguaios, sob o comando do tenente-coronel Estigarribia, haviam atravessado o rio Uruguai e ocupado sucessivamente, de junho a agosto, as povoações de São Borja, Itaqui e Uruguaiana. Outra coluna (3.200 homens), que, sob as ordens do major Pedro Duarte, pretendia chegar ao Uruguai, foi detida por Flores, em 17 de agosto, na batalha de Jataí, na margem direita do rio Uruguai.





[editar] Rendição de Uruguaiana e o recuo das tropas paraguaias



Marechal-de-Exército Manuel Luís Osório, patrono da cavalaria.Em 16 de julho, o Exército Brasileiro chegou à fronteira do Rio Grande do Sul e logo depois cercou Uruguaiana. Em 18 de setembro Estigarribia rendeu-se, na presença de D. Pedro II e dos presidentes Bartolomé Mitre e Venancio Flores. Encerrava-se com esse episódio a primeira fase da guerra, em que Solano López lançara sua grande ofensiva nas operações de invasão da Argentina e do Brasil. No início de outubro, as tropas paraguaias de ocupação em Corrientes receberam de López ordem para retornar a suas bases em Humaitá. Nessa altura, as tropas aliadas estavam-se reunindo sob o comando de Mitre no acampamento de Concórdia, na província argentina de Entre Ríos, com o marechal-de-campo Manuel Luís Osório à frente das tropas brasileiras. Parte destas deslocou-se para Uruguaiana, onde foi reforçar o cerco a esta cidade pelo exército brasileiro no Rio Grande do Sul, comandado pelo tenente-general Manoel Marques de Souza, barão de Porto Alegre. Os paraguaios renderam-se no dia 18 de Setembro de 1865.



Nos meses seguintes, as tropas aliadas, com Mitre como comandante-em-chefe, libertavam os últimos redutos paraguaios em território argentino, as cidades de Corrientes e São Cosme, na confluência dos rios Paraná e Paraguai, no final de 1865. No final do ano de 1865, a ofensiva era da Tríplice Aliança. Seus exércitos já contavam mais de 50 mil homens e se preparavam para invadir o Paraguai.





[editar] A invasão do Paraguai

Fortalecidos, com um efetivo de cinqüenta mil homens, os aliados lançaram-se à ofensiva. A invasão do Paraguai iniciou-se subindo o curso do rio Paraguai, a partir do Passo da Pátria. Sob o comando do general Manuel Luís Osório, e com o auxílio da esquadra imperial, transpuseram o rio Paraná, em 16 de abril de 1866, e conquistaram posição em território inimigo, em Passo da Pátria, uma semana depois. De abril de 1866 a julho de 1868, as operações militares concentraram-se na confluência dos rios Paraguai e Paraná, onde estavam os principais pontos fortificados dos paraguaios. Durante mais de dois anos o avanço dos invasores foi bloqueado naquela região, apesar das primeiras vitórias da Tríplice Aliança.





Batalha de Tuiuti, por Cândido López.A primeira posição a ser tomada foi a Fortaleza de Itapiru. Após a batalha do Passo da Pátria e a do Estero Bellaco (2 de Maio), as forças aliadas acamparam nos pântanos de Tuiuti, em 20 de maio, onde sofreram um ataque paraguaio quatro dias depois. A primeira batalha de Tuiuti, a maior batalha campal da história da América do Sul e uma das mais importantes e sangrentas do conflito, foi vencida pelos aliados em 24 de Maio de 1866 e deixou um saldo de 10.000 mortos.



Por motivos de saúde, em julho de 1866 Osório passou o comando do 1° Corpo de Exército brasileiro ao general Polidoro da Fonseca Quintanilha Jordão. Na mesma época, chegava ao teatro de operações o 2° Corpo de Exército, trazido do Rio Grande do Sul pelo barão de Porto Alegre (10.000 homens).





Batalha de Curupaiti.O caminho para Humaitá não fora desimpedido. O comandante Mitre aproveitou as reservas de dez mil homens trazidos pelo barão de Porto Alegre e decidiu atacar as baterias do Forte de Curuzú e do Forte de Curupaiti, que guarneciam a direita da posição de Humaitá, às margens do rio Paraguai. Atacada de surpresa, a bateria de Curuzu foi conquistada em 3 de setembro pelo barão de Porto Alegre. Não se obteve, porém, o mesmo êxito em Curupaiti, que resistiu ao ataque de 20 mil argentinos e brasileiros, guiados por Mitre e Porto Alegre, com apoio da esquadra do almirante Tamandaré. Em 22 de setembro, os aliados foram dizimados pelo inimigo: cinco mil homens morreram em poucas horas. Este ataque fracassado criou uma crise de comando e deteve o avanço dos aliados.



Nessa fase da guerra, destacaram-se muitos militares brasileiros. Entre eles, os heróis de Tuiuti: o general José Luís Mena Barreto, o brigadeiro Antônio de Sampaio, patrono da arma de infantaria do Exército brasileiro, o tenente-coronel Emílio Luís Mallet, patrono da artilharia e o próprio Osório, patrono da cavalaria, além do tenente-coronel João Carlos de Vilagrã Cabrita, patrono da arma de engenharia, morto em Itapiru.





[editar] O comando de Caxias



Retrato, da época da Guerra do Paraguai, de Luís Alves de Lima e Silva, o único brasileiro a receber o título de duque: a larga experiência militar de Caxias foi decisiva para a vitória dos aliados.No segundo período da guerra (1866-1869), os desentendimentos entre Osório (comandante das forças brasileiras) e o presidente argentino, que se opunha às perseguições aos paraguaios, levou o governo brasileiro a substituí-lo. Designado em 10 de outubro de 1866 para o comando das forças brasileiras, o marechal Luís Alves de Lima e Silva, marquês e, posteriormente, Duque de Caxias, chegou ao Paraguai em novembro, encontrando o exército praticamente paralisado. Os contingentes argentinos e uruguaios vinham sendo retirados aos poucos do exército dos aliados, assolado por epidemias. Desentendimentos entre Venâncio Flores (Uruguai) e Mitre (Argentina) e problemas internos fizeram ambos se retirarem do combate e voltarem a seus países, deixando o Brasil praticamente sozinho. Tamandaré foi substituído no comando da esquadra pelo almirante Joaquim José Inácio, futuro visconde de Inhaúma. Paralelamente, Osório organizava um 3.° corpo de exército no Rio Grande do Sul (cinco mil homens). Na ausência de Mitre, Caxias assumiu o comando geral e providenciou a reestruturação do exército.





Oficial e soldado brasileirosEntre novembro de 1866 e julho de 1867, Caxias organizou um corpo de saúde (para dar assistência aos inúmeros feridos e combater a epidemia de cólera-morbo) e um sistema de abastecimento das tropas. Conseguiu também que a esquadra imperial, que se ressentia do comando de Mitre, colaborasse nas manobras contra Humaitá. Nesse período, as operações militares limitaram-se a escaramuças com os paraguaios e a bombardeios da esquadra contra Curupaiti. López aproveitava a desorganização do inimigo para reforçar suas fortificações em Humaitá.



Apesar dos esforços de Caxias, os aliados só reiniciaram a ofensiva em 22 de julho de 1867. A marcha de flanco pela ala esquerda das fortificações paraguaias constituía a base tática de Caxias: ultrapassar o reduto fortificado paraguaio, cortar as ligações entre Assunção e Humaitá e submeter esta última a um cerco. Com este fim, Caxias iniciou a marcha em direção a Tuiu-**ê. Em 1º de agosto Mitre retornou ao comando e insistia no ataque pela ala direita, que já se mostrara desastroso em Curupaiti. Embora a manobra de Caxias tenha sido bem-sucedida, o tempo decorrido possibilitou a López fortificar-se também nessa região e fechar de vez o chamado Quadrilátero.





[editar] Tomada de Humaitá



Passagem de Curupaiti, aparecendo no centro o Tamandaré, com o Silvado manobrando para o reboque.Mitre deu ordens para que a esquadra imperial forçasse a passagem em Curupaiti e Humaitá. Em 15 de agosto, duas divisões de cinco encouraçados ultrapassaram, sem perdas, Curupaiti, mas foram obrigadas a deter-se frente aos poderosos canhões da fortaleza de Humaitá. O fato causou novas dissensões no alto comando aliado. Mitre desejava que a esquadra prosseguisse. Os brasileiros, entretanto, consideravam imprudente e inútil prosseguir, enquanto não se concatenassem ataques terrestres para envolver o Quadrilátero, que se iniciaram, finalmente, em 18 de agosto.



A partir de Tuiu-**ê, os aliados rumaram para o norte e tomaram São Solano, Vila do Pilar e Tayi, às margens do rio Paraguai, onde completaram o cerco da fortaleza por terra e cortaram as comunicações fluviais entre Humaitá e Assunção. Em 3 de novembro de 1867, como reação, López atacou a retaguarda da posição aliada de Tuiuti. Nessa segunda batalha de Tuiuti, López esteve próximo da vitória, mas, graças ao reforço trazido pelo general Porto Alegre, os brasileiros venceram.





Passagem de Humaitá: episódio da guerra do Paraguai ocorrido em 1868, em que a esquadra brasileira forçou a travessia da posição fortificada, sob bombardeio inimigo.

Caxias faz construir a estrada do Chaco, ao longo da pantanosa margem direita do rio Paraguai.

Batalha do Avaí, óleo de Pedro Américo sobre um dos últimos episódios da guerra do Paraguai, ocorrido em 11 de dezembro de 1868, onde o 3º Corpo de Exército, sob o comando do Marechal Osório, cobriu-se de glórias. (Museu Nacional de Belas-Artes, Rio de Janeiro.)

Caxias liderando em Itororó.Em janeiro de 1868, com o afastamento definitivo de Mitre, que retornou à Argentina, Caxias voltou a assumir o comando geral dos aliados. Em 19 de fevereiro a esquadra imperial, capitão-de-mar-e-guerra Delfim Carlos de Carvalho, depois barão da Passagem, forçou a passagem de Humaitá. Apesar os navios encouraçados terem ultrapassado a fortaleza, chegando a bombardear Assunção, só em 25 de julho de 1868 Humaitá, totalmente cercada, caiu após um demorado cerco.





[editar] Dezembrada

Solano López deixara Humaitá, com parte de suas tropas, em março, indo se instalar em San Fernando. Ali descobriu que alguns funcionários de seu governo e seu irmão Benigno tramavam derrubá-lo. Formado um conselho de guerra para julgar os implicados, centenas foram executados, no que ficou conhecido como o massacre de San Fernando.



Efetuada a ocupação de Humaitá, as forças aliadas comandadas por Caxias marcharam 200 km até Palmas, fronteiriça às novas fortificações inimigas (30 de setembro). Situadas ao longo do arroio Piquissiri, essas fortificações barravam o caminho para Assunção, apoiadas nos dois fortes de Ita-Ibaté (Lomas Valentinas) e Angostura, este à margem esquerda do rio Paraguai. Ali, López havia concentrado 18 mil paraguaios em uma linha fortificada que explorava habilmente os acidentes do terreno e se apoiava nos fortes de Angostura e Itá-Ibaté. Renunciando ao combate frontal, o comandante brasileiro idealizou, então, a mais brilhante e ousada operação do conflito: a manobra do Piquissiri. Em 23 dias fez construir uma estrada de 11 km através do Chaco pantanoso que se estendia pela margem direita do rio Paraguai, enquanto forças brasileiras e argentinas encarregavam-se de diversões frente à linha do Piquissiri. Executou-se então a manobra: três corpos do Exército brasileiro, com 23.000 homens, foram transportados pela esquadra imperial de Humaitá para a margem direita do rio, percorreram a estrada do Chaco em direção ao nordeste, reembarcaram em frente ao porto de Villeta, e desceram em terra no porto de Santo Antônio e Ipané, novamente na margem esquerda, vinte quilômetros à retaguarda das linhas fortificadas paraguaias do Piquissiri. López foi inteiramente surpreendido por esse movimento, tamanha era sua confiança na impossibilidade de grandes contingentes atravessarem o Chaco.



Na noite de 5 de dezembro, as tropas brasileiras encontravam-se em terra e, em vez de avançar para a capital, já desocupada pela população e bombardeada pela esquadra, iniciaram no dia seguinte o movimento para o sul, conhecido como a "dezembrada". A dezembrada constituiu-se de uma série de vitórias obtidas por Caxias em dezembro de 1868. No mesmo dia, o general Bernardino Caballero tentou barrar-lhes a passagem na ponte sobre o arroio Itororó. Na tomada da ponte de Itororó, Caxias, aos 65 anos de idade, partiu a galope em direção ao inimigo, com espada em punho, exclamando: "sigam-me os que forem brasileiros!"; não foi morto por sorte. Vencida a batalha de Itororó, o Exército brasileiro prosseguiu na marcha e aniquilou na localidade de Avaí, em 11 de dezembro, as duas divisões de Caballero. Em 21 de dezembro, tendo recebido o necessário abastecimento por Villeta, os brasileiros atacaram o Piquissiri pela retaguarda e, após seis dias de combates contínuos, conquistaram a posição de Lomas Valentinas, com o que obrigou a guarnição de Angostura a render-se em 30 de dezembro. As batalhas da Dezembrada exibiram espantosas mortandades dos dois lados, bem como tentativas de debandadas das tropas brasileiras, impedidas graças à presença de Caxias na linha de frente. López, acompanhado apenas de alguns contingentes, fugiu para o norte, na direção da cordilheira.



Após destruir o exército paraguaio em Lomas Valentinas, Caxias acreditava que a guerra tinha acabado. Não se preocupou em organizar e chefiar a perseguição de López, pois parecia que o ditador fugia para se asilar em outro país e não, como se viu depois, para improvisar um exército e continuar a resistir no interior.



No dia 24 de Dezembro os três novos comandantes da Tríplice Aliança (Caxias, o argentino Gelly y Obes e o uruguaio Enrique Castro) enviaram uma intimação a Solano López para que se rendesse. Mas López recusou-se a ceder e fugiu para Cerro León.



O comandante-em-chefe brasileiro se dirigiu para Asunción, evacuada pelos paraguaios e ocupada em 1° de Janeiro de 1869 por tropas imperiais comandadas pelo coronel Hermes Ernesto da Fonseca, pai do futuro Marechal Hermes da Fonseca. No dia 5, Caxias entrou na cidade com o restante do exército e 13 dias depois, por motivo de saúde, deixou o comando e regressou ao Brasil. A partida de Caxias e de seus principais chefes militares fez crescer entre as tropas o desânimo, com a multiplicação dos pedidos de dispensa dos oficiais e voluntários.





[editar] Fim da guerra: o comando do Conde d'Eu



Conde d'EuNo terceiro período da guerra (1869-1870), o genro do imperador Dom Pedro II, Luís Filipe Gastão de Orléans, conde d'Eu, foi nomeado para dirigir a fase final das operações militares no Paraguai, pois buscava-se, além da derrota total do Paraguai, o fortalecimento do Império Brasileiro. O marido da princesa Isabel era um dos poucos membros da família imperial com experiência militar, já que na década de 1850 participara, como oficial subalterno, da campanha espanhola na Guerra do Marrocos. A indicação de um membro da família imperial pretendia diminuir as dificuldades operacionais das forças brasileiras, problema agravado pelos muitos anos de campanha, pela insatisfação dos veteranos e pelos conflitos, políticos e pessoais, que se alastravam entre os oficiais mais experientes. Em agosto de 1869, a Tríplice Aliança instalou em Assunção um governo provisório encabeçado pelo paraguaio Cirillo Antônio Rivarola.



Solano López organizou a resistência nas cordilheiras situadas a nordeste de Assunção. À frente de 21 mil homens, o conde d'Eu chefiou a campanha contra a resistência paraguaia, a chamada Campanha das Cordilheiras, que se prolongou por mais de um ano, desdobrando-se em vários focos. Os combates mais importantes foram os de Peribebuí, para onde López transferiu a capital, e de Campo Grande ou Nhugaçu (16 de Agosto), nos quais morreram mais de cinco mil paraguaios. Após a batalha de Peribuí, no dia 12 de Agosto, o Conde d'Eu parece ter-se exasperado com a obstinação paraguaia em continuar a luta, nada fazendo para evitar a degola de prisioneiros capturados durante e depois dos combates. Na batalha seguinte, Campo Grande, as forças brasileiras se defrontaram com um exército formado, em sua maioria, por crianças e idosos, criminosamente recrutados pelo ditador paraguaio. A derrota paraguaia encerrou o ciclo de batalhas da guerra. Os passos seguintes consistiram na mera caçada a López.



Dois destacamentos foram enviados em perseguição ao presidente paraguaio, que se internara nas matas do norte do país acompanhado de 200 homens. No dia 1.° de março de 1870, as tropas do general José Antônio Correia da Câmara (1824-1893), o visconde de Pelotas, surpreenderam o último acampamento paraguaio em Cerro Corá, onde Solano López foi ferido a lança e depois baleado nas barrancas do arroio Aquidabanigui. Suas últimas palavras foram: "Morro com minha pátria". Assim chegou ao fim o mais sangrento conflito internacional das Américas, a guerra do Paraguai.





[editar] Mortalidade



Paraguaios mortos esperam enterro dias depois da Batalha de Tuiuti (1866).

Soldado paraguaio ante o cadáver de seu filho.O Paraguai sofreu grande redução em sua população. A guerra acentuou um desequilíbrio entre a quantidade de homens e mulheres. Algumas fontes citam que 90% da população paraguaia teria perecido ao final da Guerra. Estimativas contemporâneas, contudo, fixam o percentual de perdas de vidas entre 15% e 20% da população.



Dos cerca de 160 mil brasileiros que combateram na Guerra do Paraguai as melhores estimativas apontam cerca de 50 mil óbitos e outros mil inválidos. Outros ainda estimam que o número total de combatantes pode ter chegado a 200 mil, com 60 mil mortos em combate ou por doenças.



As forças uruguaias contaram com quase 5600 homens, dos quais pouco mais de 3100 morreram durante a guerra devido às batalhas ou por doenças.



Já a Argentina perdeu cerca de 18 mil combatentes dentre os quase 30 mil envolvidos. Outros 12 mil civis morreram devido principalmente a doenças.



Fato é que a Guerra do Paraguai ou da Tríplice Aliança não se diferenciou dos demais conflitos ocorridos durante o século XIX. As altas taxas de mortalidade não foram decorrentes somente por conta dos encontros armados. Doenças decorrentes da má alimentação e péssimas condições de higiene parecem ter sido a causa da maior parte das mortes. Entre os brasileiros, pelo menos metade das mortes tiveram como causa doenças típicas de situações de guerra do século XIX. A principal causa mortis durante a guerra parece ter sido o cólera.





[editar] Pós-guerra



Paraguaios prisioneiros de guerra.Não houve um tratado de paz em conjunto. Embora a guerra tenha terminado em março de 1870, os acordos de paz não foram concluídos de imediato. As negociações foram obstadas pela recusa argentina em reconhecer a independência paraguaia.



O Brasil não aceitava as pretensões da Argentina sobre uma grande parte do Grande Chaco, região paraguaia rica em quebracho (produto usado na industrialização do couro). A questão de limites entre o Paraguai e a Argentina foi resolvida através de longa negociação entre as partes. A única região sobre a qual não se atingiu um consenso — a área entre o rio Verde e o braço principal do rio Pilcomayo — foi arbitrada pelo presidente estado-unidense Rutherford Birchard Hayes que a declarou paraguaia. O Brasil assinou um tratado de paz em separado com o Paraguai, em 9 de janeiro de 1872, obtendo a liberdade de navegação no rio Paraguai. Foram confirmadas as fronteiras reivindicadas pelo Brasil antes da guerra. Estipulou-se também uma dívida de guerra que foi intencionalmente subdimensionada por parte do governo imperial do Brasil mas que só foi efetivamente perdoada em 1943 por Getúlio Vargas, em resposta a uma iniciativa idêntica da Argentina.



O reconhecimento da independência do Paraguai pela Argentina só foi feito na Conferência de Buenos Aires, em 1876, quando a paz foi definitivamente estabelecida.



Em dezembro de 1975, quando os presidentes Ernesto Geisel e Alfredo Stroessner assinaram em Assunção um Tratado de Amizade e Cooperação, o governo brasileiro devolveu ao Paraguai troféus da guerra.





[editar] Conclusões

As aldeias paraguaias destruídas pela guerra foram abandonadas e os camponeses sobreviventes migraram para os arredores de Assunção, dedicando-se à agricultura de subsistência na região central do país. As terras das outras regiões foram vendidas a estrangeiros, principalmente argentinos, e transformadas em latifúndios. A indústria entrou em decadência. O mercado paraguaio abriu-se para os produtos ingleses e o país viu-se forçado a contrair seu primeiro empréstimo no exterior: um milhão de libras da Inglaterra, que se pode considerar a potência mais beneficiada por esta guerra, pois além de ver extinta a competição paraguaia na América do Sul como exemplo de desenvolvimento, viu Brasil e a Argentina aumentarem suas dívidas externas.



Depois da guerra, boa parte das melhores terras do Paraguai foi anexada pelos vencedores. O Brasil ficou com a região entre os rios Apa e Branco, aumentando para o sul o estado do Mato Grosso. A Argentina anexou o território das Missões e a área conhecida como Chaco Central (território argentino de Formosa) e tornou-se o mais forte dos países do Prata. Durante todo o tempo da campanha, as províncias de Entre Rios e Corrientes abasteceram as tropas brasileiras com gado, gêneros alimentícios e outros produtos.



O Brasil, que sustentou praticamente sozinho a guerra, pagou um preço alto pela vitória. A guerra foi financiada pelo Banco de Londres e pelas casas Baring Brothers e Rothchild. Durante os cinco anos de lutas, as despesas do Império chegaram ao dobro de sua receita, provocando uma crise financeira. A escravidão passou a ser questionada, pois os escravos que lutaram pelo Brasil permaneceram escravos.



O Exército Brasileiro passou a ser uma força nova e expressiva dentro da vida nacional. Transformara-se numa instituição forte que, com a guerra, ganhara tradições e coesão interna e representaria um papel significativo no desenvolvimento posterior da história do país. Além disso, houve a formação de um inquietante espírito corporativista no exército.
hsm07
2007-05-02 19:03:03 UTC
Este site tem tudo a respeito desse assunto. Boa sorte

http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_do_Paraguai
Antonio S
2007-05-02 18:59:52 UTC
As causas de guerras são sempre a inveja, o egoísmo, a ganância. As conseqüências são sempre dores mortes e prejuízos!


Este conteúdo foi postado originalmente no Y! Answers, um site de perguntas e respostas que foi encerrado em 2021.
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